O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), disse, nesta sexta-feira (23), durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as investigações que apuram uma tentativa de golpe de Estado, que comunicaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se tivesse estado em um encontro com o ministro Alexandre de Moraes.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) expôs que “está consolidado” que houve reuniões depois do segundo turno em que foram discutidos o golpe, e questionou Mourão sobre a participação de alguma delas.
Em resposta, o senador afirmou que não foi convocado para nenhum encontro.
Questionado novamente sobre reunião em que o tenente-coronel Mauro Cid confirmou a presença de Mourão, o senador falou que Cid está “totalmente” enganado.
Moraes, então, disse que tinha um encontro marcado com Mourão, em São Paulo, que acabou não acontecendo.
Momentos depois, o senador rebateu que todos os seus “atos eram todos públicos, publicados na agenda”.
“Até porque se eu fosse me encontrar com vossa excelência, eu falaria pro Bolsonaro, não tenho nada a esconder, não somos dois bandidos“, concluiu.
Mourão foi ouvido a pedido da defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Atos 8/1
Mourão também negou ter tido qualquer conhecimento sobre um plano de golpe de Estado e defendeu Bolsonaro durante depoimento.
Segundo ele, todas as reuniões de qual participou após as eleições trataram somente do período de transição.
Mourão disse ainda que Bolsonaro estava pronto para entregar o governo federal a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chamou os atos de 8 de janeiro de “baderna”.
As audiências de testemunha estão sendo realizadas por videoconferência e devem ocorrer até o dia 2 de junho.
Até então, já foram ouvidas 19 das 82 testemunhas arroladas no processo contra o chamado “núcleo 1” da trama golpista, considerado o grupo central na tentativa de ruptura institucional.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br