Para marcar os 65 anos de Brasília, a Fundação Getúlio Vargas Arte (FGV Arte) e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) lançaram nesta terça-feira (22) o livro “Brasília, a arte da democracia”.
Organizada pelo crítico de arte Paulo Herkenhoff, a obra reúne textos de especialistas em artes, arquitetura, história e política. O livro propõe uma reflexão sobre a trajetória da capital federal.
“O livro foi uma construção coletiva. […] É um livro que vai desdobrando os olhares de Brasília sobre si mesma, e sobre como Brasília quer se revelar”, afirmou Herkenhoff à CNN.
Além de exaltar o ideal moderno que moldou a cidade, o livro aborda as articulações políticas e culturais que contribuíram para a construção de Brasília.
A publicação homenageia figuras como Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Athos Bulcão, Darcy Ribeiro e Zanine Caldas, além de destacar momentos decisivos da democracia brasileira.
Um dos autores que compõem a coletânea é o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e fundador do IDP, Gilmar Mendes. Ele assina o prefácio e um capítulo dedicado ao papel do Judiciário na preservação da democracia.
Em entrevista, Gilmar Mendes relembrou sua chegada a Brasília durante a ditadura e contou ter acompanhado o funeral de Juscelino Kubitschek. Segundo ele, foi ali que pôde enxergar a “alma” da cidade.
“Ali, a cidade que todo mundo dizia que não tinha alma passou a revelar sua alma, e, desde então, começamos o processo de democratização”, disse o ministro.
“Chegamos a 1985 com excelentes resultados com a eleição de Tancredo [Neves] e, desde então, vivemos uma pujante democracia, que é o título do livro: “Brasília, a arte da democracia”. É a arte da conversa, do respeito ao outro, da ideia de um Brasil evoluído, que se dá também com a construção de Brasília”, completou.
Também participam da obra o ex-presidente José Sarney, primeiro civil a assumir a presidência após o regime militar, e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), esteve presente no lançamento. Em discurso, defendeu a valorização da democracia no país.
“A gente vive um período de estabilidade democrática no nosso país, mas isso precisa ser ressaltado a todo momento, até para que os mais jovens, que não vivenciaram esse período tão obscuro do nosso passado, tenham a consciência do valor da democracia”, afirmou.
Brasília completou 65 anos na última segunda-feira (21), data que marca a transferência definitiva da sede do poder político para o interior do país. Construída em tempo recorde, a capital tinha como missão integrar o território nacional e impulsionar o desenvolvimento do interior.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br