Com a evolução da internet e, mais recentemente, a introdução da inteligência artificial, nos acostumamos rapidamente a ter soluções cada vez mais ágeis para os mais variados problemas. Entretanto, quando um casal decide ter um bebê, a resposta pode não ser tão rápida. Isso pode gerar, no início, frustração e tristeza, mas, em alguns casos, pode evoluir para ansiedade e depressão em homens e mulheres.
A espécie humana tem uma taxa de gravidez inferior à de várias outras, e a chance mensal de gravidez em um casal sem problemas de fertilidade, em que a mulher tem idade inferior a 35 anos, é em torno de 20%. Em um ano, a chance acumulada chega a cerca de 90%. Essa situação pode se tornar mais complexa se o casal passa a ter abortamentos espontâneos.
Com o aumento da idade no momento do casamento, tanto para homens quanto para mulheres, observa-se uma redução da fecundidade e um aumento das taxas de abortamento. O risco, que varia entre 10% e 15% para mulheres com menos de 35 anos, pode atingir 50% para aquelas com mais de 40 anos. Outros fatores, como relações sexuais desprotegidas na juventude, obesidade, tabagismo e infecções vaginais, também aumentam o risco de uma gestação terminar em abortamento.
A partir de duas perdas gestacionais consecutivas, é fundamental que o casal seja avaliado por um especialista em fertilização para investigar possíveis alterações genéticas nos pais, infecções, problemas nos espermatozoides, malformações uterinas e condições que aumentem o risco de trombose, seja de forma hereditária ou adquirida ao longo da vida, como após uma infecção por Covid-19. A análise genética do material de abortamento também pode auxiliar no esclarecimento das causas de abortamentos de repetição.
O uso das técnicas mais modernas de reprodução assistida, agora também auxiliadas pela inteligência artificial, pode contribuir para a seleção de embriões sem alterações no número de cromossomos, reduzindo o risco de abortamento, principalmente quando a mulher tem mais de 38 anos ou quando um dos pais apresenta alguma alteração genética.
A decisão do casal de não adiar as tentativas de engravidar, aliada à interrupção do tabagismo, à adoção de uma alimentação saudável, ao controle do peso e à redução do consumo de álcool, pode tornar o sonho de ter filhos cada vez mais próximo. Nos casos de abortamento de repetição, buscar auxílio médico sem demora é essencial.
Entenda como tratamentos de infertilidade podem impactar relações
Fonte: www.cnnbrasil.com.br