Saiba como assegurar um futuro mais saudável, inclusivo e pleno para as novas gerações
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Em 21 de março, é celebrado o Dia Mundial da Infância, data instituída pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com o intuito de gerar uma importante reflexão sobre as condições de vida das crianças em todo o mundo e garantir o acesso aos cuidados necessários para que tenham um desenvolvimento pleno e harmonioso.
No Brasil, há cerca de 16,5 milhões de crianças de até quatro anos de idade, representando 7,8% do total da população, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Garantir uma educação de qualidade, que promova e estimule o desenvolvimento de habilidades importantes para toda a vida é fundamental. Neste sentido, especialistas e marcas educacionais trazem dicas de melhores práticas.
O aprendizado na infância é o início de uma longa jornada de conhecimento, no qual cada criança apresenta ritmos e necessidades diferentes. Para que esse processo seja eficaz, é preciso que as crianças tenham o suporte necessário para explorar seu potencial de maneira saudável e criativa. Assim, a coordenadora dos segmentos Infantil e Fundamental da Rede Alante, Maria Clara Rodrigues Alves, destaca a importância de uma escola acolhedora, onde a criança possa desenvolver não apenas competências cognitivas, mas também habilidades essenciais para a vida.
Falando em educação, é preciso ampliar essa compreensão. O pleno desenvolvimento das crianças implica em oferecer ambientes que possibilitem a educação integral, onde aspectos cognitivos, físico e socioemocionais não se separam.
“Crianças são pessoas plenas no presente, que precisam ser ouvidas, compreendidas, respeitadas em seu próprio contexto e condições de existência. Desse lugar, elas têm mesmo muito a nos ensinar, como a capacidade de se maravilhar com o mundo, de fazer perguntas novas e ver o que não somos mais capazes de ver”, destaca Ana Paula Piti Azevedo, Coordenadora de Projetos do Colégio Rio Branco.
Neste sentido, especialistas e marcas educacionais elencam dicas de práticas que auxiliam as crianças em seu desenvolvimento integral. Confira:
1 – Utilizar materiais didáticos completos
Um material didático completo deve considerar uma série de aspectos, entre eles, o rigor acadêmico, profundidade, abordagem dos conteúdos, atualização e metodologia. De acordo com a gerente pedagógica da plataforma par, Talita Fagundes, mais do que apenas um compilado de informações, essa ferramenta organiza o ensino de forma estruturada e é a base para professores planejarem suas aulas, orientando os alunos e contribuindo para o desenvolvimento do pensamento crítico, bem como trazendo aos alunos uma certa autonomia para os estudos em casa.
O material didático funciona como uma ferramenta fundamental no processo educacional, pois não apenas organizam o planejamento dos professores e suas estratégias de ensino, mas também servem como um recurso confiável para os alunos. “Os materiais didáticos são um elo crucial no desenvolvimento do pensamento crítico, afinal, oferecem bases estruturadas para que os estudantes compreendam e questionem o mundo ao seu redor”, comenta o diretor do Fibonacci Sistema de Ensino, Andre Freitas.
2 – Incentivar o desenvolvimento das competências socioemocionais
A socialização possui um papel de grande destaque nas escolas, servindo também como estratégia de prevenção a problemas de relacionamento entre as crianças. Além disso, por meio de práticas diárias e de incentivo das competências socioemocionais, o aluno é levado a se conhecer melhor e, consequentemente, a lidar de maneira mais harmoniosa com o próximo.
Neste sentido, Ednalda Umada, assessora pedagógica do programa de educação socioemocional Líder em Mim, conta que a junção dessas dinâmicas permite que a criança desenvolva um repertório para resolver tanto as próprias atitudes, como situações que afetem outras pessoas. “Uma atividade que promova o desenvolvimento socioemocional leva as crianças a refletirem sobre situações-problema e resolvê-las, muitas vezes, em sinergia com os demais”, revela.
Um desses pontos de desenvolvimento é o trabalho em equipe, que, quando promovido desde cedo, pode trazer diversos benefícios. Neste sentido, o assessor pedagógico da Mind Makers, Daniel de Freitas cita alguns deles, como o fortalecimento da comunicação, já que, quando as crianças trabalham juntas, elas ganham habilidades para dialogar, expor ideias, ouvir sugestões e resolver problemas; o estímulo à criatividade, o fortalecimento do pensamento criativo; as habilidades de liderança, a responsabilidade compartilhada, e a diminuição da timidez.
3 – Inserir o hábito da leitura na rotina desde cedo
Para além de entreter, a literatura desempenha um papel crucial no desenvolvimento humano. Essa percepção é defendida por autores renomados, como o professor e teórico Antonio Candido, que criou o conceito de “direito à literatura”. Tal ideia reforça a relevância dessa arte, colocando-a no mesmo patamar que outros direitos fundamentais, como educação, saúde e moradia. Por isso, quando se fala de infância, a literatura é um assunto que deve ser considerado com seriedade, tendo em vista sua importância para a formação das pessoas. “Garantir o acesso à literatura desde a infância ajuda a assegurar o direito das crianças a um desenvolvimento pleno, ampliando suas possibilidades de expressão e compreensão do mundo”, afirma Laura Vecchioli do Prado, coordenadora de literatura e informativos do Editorial de Educação Básica da SOMOS Literatura.
4 – Aprendizado de uma segunda língua
Em um mundo globalizado, o bilinguismo desempenha um papel crucial na formação de cidadãos globais, preparando os pequenos para o futuro de forma adaptável e empática. De acordo com Vinicius Fernandes, assessor pedagógico do programa de educação bilíngue Eduall, da SOMOS Educação, a fluência não é apenas o domínio de uma língua, mas a capacidade de transitar naturalmente entre idiomas, algo que se desenvolve com a prática constante e em situações reais. “Esse aprendizado proporciona aos alunos mais oportunidades para praticar a língua, essencial para a fluência”, destaca.
Já para André Barros, Head Pedagógico da Start Anglo Bilingual School, o bilinguismo não só aprimora a comunicação entre culturas, como também desenvolve habilidades cognitivas essenciais, tornando as crianças mais aptas a compreender diferentes perspectivas e a lidar com as complexidades do mundo globalizado. “O bilinguismo é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento integral, preparando para os desafios de um futuro cada vez mais interconectado”, afirma.
Outro ponto a ser destacado são os desafios apresentados durante o ensino das línguas, que podem causar interferências no aprendizado, como desequilíbrio na proficiência dos idiomas e falta de materiais apropriados. Por isso, a coordenadora de Línguas da Beacon School, Daisy Grava, pontua algumas estratégias que podem ajudar neste processo. “Para minimizar esses desafios, é importante apoiar o desenvolvimento da oralidade antes da alfabetização, permitindo que a criança adquira um vocabulário robusto na segunda língua antes da instrução formal na escrita. Além disso, também é necessária a utilização de materiais adequados, como livros e atividades pensadas para o ensino bilíngue, com oportunidades para os alunos refletirem sobre diferenças e semelhanças entre as línguas e usar essas comparações para construir pontes entre os idiomas”, explica.
5 – Equilibrar o uso da tecnologia com as interações sociais
A tecnologia afeta o desenvolvimento emocional de crianças a partir do momento que ela não vivencia experiências coletivas, sociais. O desenvolvimento emocional está relacionado com as nossas relações, como eu aprendo a viver em sociedade, como eu lido com minhas dificuldades, com minhas frustrações, com meus medos, com minhas vitórias, com a competição.
“As crianças são seres sociáveis, afetivos e necessitamos uns dos outros para nos desenvolver, para aprender em todos os aspectos, sejam no social, cognitivo ou emocional. A partir do momento em que as interações sociais foram trocadas, substituídas pelas telas, grandes mudanças estão ocorrendo com nossas crianças, e o pior, não são mudanças positivas, mas sim prejudiciais”, comenta Stella Maris Bicalho de Paiva, psicopedagoga e autora de material didático da Rede Pitágoras.
6 – Escolher o momento certo para o início na jornada escolar
A escolha do melhor momento para colocar uma criança na escola é uma decisão crucial que impacta profundamente em seu desenvolvimento. As experiências iniciais moldam não apenas a aprendizagem, mas também aspectos sociais e emocionais. Por isso, é importante garantir que essa transição ocorra em um ambiente seguro e estimulante. Segundo Carolina Segala, coordenadora da educação infantil da FourC Bilingual Academy, com o intuito de estimular o desenvolvimento já nos primeiros anos de vida, a família pode optar por matricular a criança na escola antes dos quatro anos, idade que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) determina como obrigatória.
“Algumas crianças começam a frequentar a escola por volta de um ou dois anos, outras entre três e quatro anos. O mais relevante é que a entrada na escola ocorra em um ambiente acolhedor e que respeite o desenvolvimento individual de cada criança. O foco deve ser sempre em criar experiências que provoquem a curiosidade e a autonomia”, conclui.
Mira Comunicação
Julia Vitorazzo (11995628350)
Juliana Jadon