As prefeituras dos municípios de Betim e Contagem, na região metropolitana da capital mineira, uniram-se para pedir que o governo do estado altere o traçado planejado para o Rodoanel de Belo Horizonte.
A obra deve integrar diversas cidades e é uma aposta para reduzir os congestionamentos na capital mineira. Todo o projeto é estimado em R$ 32 bilhões.
Segundo o secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias de Minas Gerais, Pedro Bruno Barros de Souza, a construção vai tirar “cerca de cinco mil caminhões e carretas do tráfego urbano de Belo Horizonte, reduzindo acidentes, salvando vidas”.
Pedro Bruno ressalta ainda que “grande parte da carga e do fluxo de pessoas que atravessam o Brasil passam por Minas Gerais e pela Região Metropolitana”, e diz que, por isso, as obras vão trazer desenvolvimento para a região, atrelado a um “ganho logístico”.
O governo de Minas Gerais concluiu, em agosto de 2022, a licitação para a construção do Rodoanel Metropolitano, que foi vencida pela empresa italiana INC S.P.A, que pretende iniciar a obra ainda neste ano.
Ao final das obras, a expectativa do governo é que Rodoanel conte com 70 quilômetros de extensão, integrando oito cidades da região metropolitana. O objetivo é reduzir o trânsito do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, que passa por dentro da capital mineira.
Questionamentos sobre o projeto
No entanto, duas cidades da Grande BH, por onde o traçado do Rodoanel deve passar, levantaram questionamentos sobre o projeto. Uma delas é Betim, que fica a 26 quilômetros de Belo Horizonte.
A prefeitura de Betim questiona o planejamento atual, que corta a cidade ao meio, impactando áreas densamente povoadas.
Heron Guimarães (União), prefeito de Betim, destaca complicações no traçado atual do projeto.
“A alternativa do estado é uma alternativa que corta as duas cidades ao meio, ou seja, cria uma barreira social em nosso município. Seja separando escolas dos alunos, separando postos policiais de zona quente de criminalidade, dificultando ainda mais o nosso transporte de passageiros e criando barreiras sociais”, de acordo com ele.
Já em Contagem, segunda maior cidade de Minas, com mais de 620 mil habitantes, a preocupação é ambiental. O Rodoanel passaria por uma área de preservação permanente.
O que Betim e Contagem querem é que o governo do estado analise um novo desenho proposto pelas duas prefeituras — um traçado que evita áreas urbanas, reduz custos e impactos sociais.
“A gente conseguiria realizar uma grande obra, uma obra social importante, pois o anel, ou a via que a gente propõe, que a gente está chamando aqui de via municipal do contorno, ele passaria por fora da conturbação urbana. Ele pegaria zonas rurais, seria bem mais barato, não impactaria escolas, não impactaria desapropriações, não impactaria lucro cessante. Só com as desapropriações e com o lucro cessante, coisa que não está prevista na licitação do estado, a gente economizaria cerca de 2 bilhões de reais”, afirma Heron.
Segundo o governo de Minas Gerais, a expectativa é de que a empresa que venceu a licitação dê início às obras no segundo semestre.
Mas, caso o traçado não seja revisto, as prefeituras de Betim e Contagem avaliam não conceder as licenças necessárias tirar o projeto do papel.
Para o prefeito de Betim, “o estado vai ter muita dificuldade ainda de aprovar essas desapropriações e a nossa expectativa é que o estado perceba ou entenda que o nosso projeto é, sim, o melhor”.
O secretário de Minas Gerais estima que as obras cheguem às duas cidades em 2027 e diz acreditar em uma solução que passe pelo diálogo.
“Eu tenho certeza também de que, por meio do diálogo, a gente vai conseguir avançar também na convergência junto a Contagem e Betim, lembrando que a nossa previsão de obra, agora em outubro de 2025, ela começa pelo trecho de cá do Rodoanel. Então, Itabará, Santa Luzia, Vespasiano. Aí o avançar dessa obra… Devemos estar com obra em Betim e Contagem provavelmente no final do ano que vem, início de 2027. Então temos tempo para construção dessa convergência”, afirma Pedro Bruno.
A CNN procurou a empresa responsável pelas obras, que informou que só se manifestará após a aprovação final do traçado pelo governo estadual.
A previsão é que as obras sejam iniciadas em outubro deste ano e concluídas em 2028.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
